domingo, 7 de abril de 2013

FASE FÁLICA/EDIPIANA


Fase Fálica


                    O interesse pelos genitais e pela masturbação alcança significação dominante.
               A criança descobre o prazer na região genital, seja pelo contato com o vento, ou da mão de quem realiza sua higiene, ainda que inconsciente.
                    É a fase precursora da forma final assumida pela vida sexual e que se assemelha muito a ela, que se dá por volta do quarto ano de vida.
                O ego da criança de três/quatro anos é mais experiente, mais desenvolvido, mais integrado e conseqüentemente diferente sob muitos aspectos do ego da criança de um/dois anos.
                 É nesta fase que desperta nas crianças de ambos os sexos o desejo de ver os genitais umas das outras, bem como mostrar os seus, incluindo neste ato de curiosidade e exibicionismo outras partes do corpo e também outras funções corporais.
          A micção também é um componente da sexualidade infantil, denominado erotismo uretral. O garoto então é despertado em divertir-se no dimensionamento  do jato de urina, onde se encontra a raiz com a preocupação futura com a força, com a competição, com o poder, com o desejo de ser maior, mais poderoso e mais importante.
  
FASE EDIPIANA

        Vai do terceiro/quarto ano até o sexto/sétimo. É neste período que a criança desenvolve um grande interesse pelo genitor do sexo oposto e, conseqüentemente, um forte sentimento de rivalidade em relação ao genitor do mesmo sexo, com o desejo de deslocar este.

         Durante este tempo, a criança aprende que seus desejos sexuais são proibidos, apresentando sentimentos de amor e ódio, em relação ao genitor do mesmo sexo. Isto leva os sentimentos de ansiedade e culpa, bem como o de medo e punição pelo crime.

         O complexo de Édipo é uma atitude dupla em relação aos dois genitores, de um lado, o desejo de eliminar o pai odiado de forma ciumenta e até de lhe tomar o lugar em uma relação sensual com a mãe, de outro lado, o desejo de eliminar a mãe, também odiada com ciúmes, e de lhe tomar o lugar junto ao pai.

         O fato isolado mais importante a se ter em mente a respeito do Complexo de Édipo, é a força e a intensidade dos sentimentos envolvidos. É um verdadeiro caso de amor. Para algumas pessoas, é o caso mais ardoroso de toda a sua vida, mas é de qualquer modo tão ardoroso quanto qualquer outro que o individuo possa vir a experimentar.

         A intensidade dos sentimentos ambíguos, rugem dentro das crianças.



 A ANGÚSTIA DE CASTRAÇÃO NOS MENINOS

        O medo de alguma coisa acontecer a este órgão sensível e prazeroso chama-se angústia de castração. Medo a que se atribui papel tão significativo no desenvolvimento total do menino e que representa resultado, não causa desta valoração narcisística elevada. É só alta catexia narcisística do pênis neste período que explica a eficácia da angústia de castração.
        
         Parece natural que o menino presuma, enquanto não lhe ensinam o contrário, que todas as pessoas sejam construídas tal qual ele o é, de modo que esta presunção não se baseie, necessariamente, no medo mas sim, a idéia de que a presunção é incorreta é que cria o medo.


A FORMAÇÃO DO SUPEREGO

        O superego corresponde ao que comumente chamamos de consciência e compreende:

·       aprovação/desaprovação de ações e desejos baseados na retidão
·       auto-observação critica
·       autopunição
·       exigência de reparação/ ou arrependimento por ter agido mal.
·       auto-elogio/auto-estima como recompensa  por pensamentos e ações virtuosas ou recomendáveis.

Essas ações atuam no inconsciente.

A intensidade do medo de castração torna-se tão intensa e intolerável, que a criança é obrigada a render-se ante um rival muito poderoso e a desistir de seus desejos em relação ao genitor do sexo oposto, pelo que reprime os seus sentimentos sexuais.

Ao renunciar aos sentimentos agressivos em relação ao genitor do mesmo sexo, e sexuais em relação ao do sexo oposto, a criança identifica-se com partes de cada genitor, tornando-as parte de si mesma, partes essas, que vão formar o superego da criança.

Com o superego, tem-se que é o que a criança internaliza, tomando de cada genitor, desde que seja classificado como valor moral e como ideal.

Uma porção do superego será a parte que estabelece o que seja certo ou errado. A outra parte, que é o chamado ego ideal, é composta pelas características elevadas que todos devem portar, para se tornarem dignos dos elogios e da aprovação geral.

No decorrer da fase edipiana, por volta dos cinco ou seis anos, a moralidade passa a ser uma questão íntima. É aí, que a criança começa a sentir pela primeira vez que os padrões morais e a exigência de que o mal procedimento deve ser punido, suscitar o arrependimento e corrigido, vem de dentro de si próprio e não de outra pessoa a quem deve obedecer. Aos nove/dez anos de idade, este processo de internalização,  se torna bastante estável para ser absolutamente permanente, mesmo que de maneira normal, ainda esteja sujeito a ampliações e modificações durante toda a adolescência e, talvez, até certo ponto, na idade adulta.

À medida que abandona e reprime ou de qualquer forma repudia os desejos inastuosos e homicidas  que constituem o complexo de Édipo, as relações das crianças com os objetos desses desejos transformam-se, em grande parte, em identificações com os mesmos. Em vez de amar e odiar os pais, que segundo acredita, ela se torna igual a eles no repudio a seus desejos. Assim, o núcleo original das proibições do superego, é constituído pela exigência de que o individuo repudie os desejos incestuosos e hostis que compunham o seu complexo de Édipo. Essa exigência persiste por toda a vida, de forma inconsciente, como a essência do superego.

A intensidade dos próprios impulsos hostis da criança para com seus pais, durante a fase edipiana, é um dos fatores principais para determinar a severidade do superego, e não o grau de hostilidade ou severidade dos pais em relação a criança, e podemos explicar isto da maneira que, quando os objetos edipianos são abandonados e substituídos por identificações do superego, a energia do impulso, que anteriormente catexizava estes objetos, fica, pelo menos em parte, a disposição da porção do ego, recentemente estabelecida, e a chamamos de superego.

Assim, a energia agressiva a disposição do superego deriva da energia agressiva das catexias de objetos edipianos,  e as duas são pelo menos proporcionais, se não iguais em quantidade. Isto é, quanto maior a quantidade de energia agressiva das catexias de objetos edipianos, maior a quantidade da mesma que ficará subseqüentemente à disposição do superego.   

Como conseqüência, a criança pequena, cujas fantasias edipianas forma violentas e destrutivas, terá tendência a sentir maior sentimento de culpa que outras cujas fantasias tenham sido menos destrutivas.

No caso do menino, o medo será de perder pênis. Há de um lado, um conflito entre as exigências das categorias de objeto e, de outro, das auto-catexias ou catexias narcísicas. 

Entretanto, o núcleo original do superego, que se formou durante a fase edipiana continuará a ser sempre a parte mais firme e efetiva.

O superego surge em conseqüência da introjeção das proibições e exortações paternas na fase edipiana e, pelo resto da vida, sua essência inconsciente continua sendo a proibição dos desejos sexuais e agressivos do complexo de Édipo, apesar dos numerosos acréscimos e alterações que sofrem mais tarde, na infância, na adolescência e mesmo na idade adulta.

RESOLUÇÃO DO CONFLITO EDIPIANO

         No menino, dá-se algo como se fosse o seguinte quadro:

* Não há como eu ter a minha mãe só pra mim, mas eu posso fazer com que parte dele (no caso de ideais, as inclinações, os critérios de julgamento) se torne parte de mim, assim sendo, eu a possuirei de um modo seguro.

* Do meu pai, a quem amo e odeio (e por isso temo), não posso me livrar, mas para que ele não mais me venha castrar, eu vou me tornar como ele (adotando parte de seus princípios morais e valores) e aí então ele gostará de mim e não será mais perigoso para mim.


CASO O CONFLITO EDIPIANO NÃO SEJA SATISFATORIAMENTE RESOLVIDO, O QUE PODE OCORRER:

A excessiva identificação com o genitor do sexo oposto pode estar associado ao desenvolvimento de características de inversão sexual.

O medo do genitor do sexo oposto, pode prejudicar a capacidade individual em lidar com pessoas deste sexo em fase ulterior da vida.

Um estágio edipiano parcialmente solucionado pode resultar num superego mal formado ou deficiente, o qual pode vir a ser determinante de alterações sociopáticas do caráter e das neuroses.


CAUSAS DE UMA SOLUÇÃO NÃO-SATISFATÓRIA DO ESTÁGIO EDIPIANO:

·       Acesso ao período edipiano com conflitos na fase oral, anal ou fálica, que são do período pré-edipiano, trazendo para período novo, alguém sem energia suficiente para enfrentar as novas circunstancias.

·       A ausência de um dos genitores (sem também, haver um substituto à altura), devido a divorcio ou qualquer outro tipo de separação.

·       Severa psicopatologia da parte de um dos genitores, dos tipos por exemplo, ser um deles excessivamente sedutor, ou cruel, ou ameaçador, ou daqueles que vivem a rejeitar, ou inconsistente, ou inseguro, ou frio, ou instável, etc...

·       Severos defeitos no superego, como um pai efeminado, poderão vir a ser determinantes de uma confusa identificação com tal genitor, o que pode resultar numa formação superegóica instável, inconsistente e não razoável.



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