Fase Fálica
O interesse pelos genitais e pela
masturbação alcança significação dominante.
A criança descobre o prazer na região
genital, seja pelo contato com o vento, ou da mão de quem realiza sua higiene,
ainda que inconsciente.
É a fase precursora da forma final assumida pela vida sexual e que se assemelha muito a ela, que se dá por volta do quarto ano de vida.
O ego da criança de três/quatro anos é
mais experiente, mais desenvolvido, mais integrado e conseqüentemente diferente
sob muitos aspectos do ego da criança de um/dois anos.
É nesta fase que desperta nas crianças
de ambos os sexos o desejo de ver os genitais umas das outras, bem como mostrar
os seus, incluindo neste ato de curiosidade e exibicionismo outras partes do
corpo e também outras funções corporais.
A micção também é um componente da
sexualidade infantil, denominado erotismo uretral. O garoto então é despertado em divertir-se no dimensionamento do jato de urina, onde se encontra a raiz com a preocupação futura com a força, com a competição, com o poder, com o desejo de ser maior, mais poderoso e mais importante.
FASE
EDIPIANA
Vai
do terceiro/quarto ano até o sexto/sétimo. É neste período que a criança
desenvolve um grande interesse pelo genitor do sexo oposto e, conseqüentemente,
um forte sentimento de rivalidade em relação ao genitor do mesmo sexo, com o
desejo de deslocar este.
Durante este
tempo, a criança aprende que seus desejos sexuais são proibidos, apresentando
sentimentos de amor e ódio, em relação ao genitor do mesmo sexo. Isto leva os
sentimentos de ansiedade e culpa, bem como o de medo e punição pelo crime.
O complexo
de Édipo é uma atitude dupla em relação aos dois genitores, de um lado, o
desejo de eliminar o pai odiado de forma ciumenta e até de lhe tomar o lugar em
uma relação sensual com a mãe, de outro lado, o desejo de eliminar a mãe,
também odiada com ciúmes, e de lhe tomar o lugar junto ao pai.
O fato
isolado mais importante a se ter em mente a respeito do Complexo de Édipo, é a
força e a intensidade dos sentimentos envolvidos. É um verdadeiro caso de amor.
Para algumas pessoas, é o caso mais ardoroso de toda a sua vida, mas é de
qualquer modo tão ardoroso quanto qualquer outro que o individuo possa vir a
experimentar.
A
intensidade dos sentimentos ambíguos, rugem dentro das crianças.
O medo de alguma coisa acontecer a este órgão sensível e prazeroso chama-se angústia de castração. Medo a que se atribui papel tão significativo no desenvolvimento total do menino e que representa resultado, não causa desta valoração narcisística elevada. É só alta catexia narcisística do pênis neste período que explica a eficácia da angústia de castração.
Parece natural que o menino presuma, enquanto não lhe ensinam o contrário, que todas as pessoas sejam construídas tal qual ele o é, de modo que esta presunção não se baseie, necessariamente, no medo mas sim, a idéia de que a presunção é incorreta é que cria o medo.
A FORMAÇÃO
DO SUPEREGO
O
superego corresponde ao que comumente chamamos de consciência e compreende:
·
aprovação/desaprovação de ações e desejos
baseados na retidão
·
auto-observação critica
·
autopunição
·
exigência de reparação/ ou arrependimento por
ter agido mal.
·
auto-elogio/auto-estima como recompensa por pensamentos e ações virtuosas ou
recomendáveis.
Essas ações atuam no
inconsciente.
A intensidade do medo de
castração torna-se tão intensa e intolerável, que a criança é obrigada a
render-se ante um rival muito poderoso e a desistir de seus desejos em relação
ao genitor do sexo oposto, pelo que reprime os seus sentimentos sexuais.
Ao renunciar aos sentimentos
agressivos em relação ao genitor do mesmo sexo, e sexuais em relação ao do sexo
oposto, a criança identifica-se com partes de cada genitor, tornando-as parte
de si mesma, partes essas, que vão formar o superego da criança.
Com o superego, tem-se que é o
que a criança internaliza, tomando de cada genitor, desde que seja classificado
como valor moral e como ideal.
Uma porção do superego será a
parte que estabelece o que seja certo ou errado. A outra parte, que é o chamado
ego ideal, é composta pelas características elevadas que todos devem portar,
para se tornarem dignos dos elogios e da aprovação geral.
No decorrer da fase edipiana,
por volta dos cinco ou seis anos, a moralidade passa a ser uma questão íntima.
É aí, que a criança começa a sentir pela primeira vez que os padrões morais e a
exigência de que o mal procedimento deve ser punido, suscitar o arrependimento
e corrigido, vem de dentro de si próprio e não de outra pessoa a quem deve
obedecer. Aos nove/dez anos de idade, este processo de internalização, se torna bastante estável para ser
absolutamente permanente, mesmo que de maneira normal, ainda esteja sujeito a
ampliações e modificações durante toda a adolescência e, talvez, até certo
ponto, na idade adulta.
À medida que abandona e
reprime ou de qualquer forma repudia os desejos inastuosos e homicidas que constituem o complexo de Édipo, as
relações das crianças com os objetos desses desejos transformam-se, em grande
parte, em identificações com os mesmos. Em vez de amar e odiar os pais, que
segundo acredita, ela se torna igual a eles no repudio a seus desejos. Assim, o
núcleo original das proibições do superego, é constituído pela exigência de que
o individuo repudie os desejos incestuosos e hostis que compunham o seu
complexo de Édipo. Essa exigência persiste por toda a vida, de forma
inconsciente, como a essência do superego.
A intensidade dos próprios
impulsos hostis da criança para com seus pais, durante a fase edipiana, é um
dos fatores principais para determinar a severidade do superego, e não o grau
de hostilidade ou severidade dos pais em relação a criança, e podemos explicar
isto da maneira que, quando os objetos edipianos são abandonados e substituídos
por identificações do superego, a energia do impulso, que anteriormente
catexizava estes objetos, fica, pelo menos em parte, a disposição da porção do
ego, recentemente estabelecida, e a chamamos de superego.
Assim, a energia agressiva a
disposição do superego deriva da energia agressiva das catexias de objetos
edipianos, e as duas são pelo menos
proporcionais, se não iguais em quantidade. Isto é, quanto maior a quantidade de
energia agressiva das catexias de objetos edipianos, maior a quantidade da
mesma que ficará subseqüentemente à disposição do superego.
Como conseqüência, a criança
pequena, cujas fantasias edipianas forma violentas e destrutivas, terá
tendência a sentir maior sentimento de culpa que outras cujas fantasias tenham
sido menos destrutivas.
No caso do menino, o medo será
de perder pênis. Há de um lado, um conflito entre as exigências das categorias
de objeto e, de outro, das auto-catexias ou catexias narcísicas.
Entretanto, o núcleo original
do superego, que se formou durante a fase edipiana continuará a ser sempre a
parte mais firme e efetiva.
O superego surge em
conseqüência da introjeção das proibições e exortações paternas na fase
edipiana e, pelo resto da vida, sua essência inconsciente continua sendo a
proibição dos desejos sexuais e agressivos do complexo de Édipo, apesar dos
numerosos acréscimos e alterações que sofrem mais tarde, na infância, na
adolescência e mesmo na idade adulta.
RESOLUÇÃO
DO CONFLITO EDIPIANO
No menino, dá-se algo como se fosse o seguinte quadro:
* Não há como eu ter a minha
mãe só pra mim, mas eu posso fazer com que parte dele (no caso de ideais, as
inclinações, os critérios de julgamento) se torne parte de mim, assim sendo, eu
a possuirei de um modo seguro.
* Do meu pai, a quem amo e
odeio (e por isso temo), não posso me livrar, mas para que ele não mais me
venha castrar, eu vou me tornar como ele (adotando parte de seus princípios
morais e valores) e aí então ele gostará de mim e não será mais perigoso para
mim.
CASO O
CONFLITO EDIPIANO NÃO SEJA SATISFATORIAMENTE RESOLVIDO, O QUE PODE OCORRER:
A excessiva identificação com
o genitor do sexo oposto pode estar associado ao desenvolvimento de
características de inversão sexual.
O medo do genitor do sexo
oposto, pode prejudicar a capacidade individual em lidar com pessoas deste sexo
em fase ulterior da vida.
Um estágio edipiano
parcialmente solucionado pode resultar num superego mal formado ou deficiente,
o qual pode vir a ser determinante de alterações sociopáticas do caráter e das
neuroses.
CAUSAS DE
UMA SOLUÇÃO NÃO-SATISFATÓRIA DO ESTÁGIO EDIPIANO:
·
Acesso ao período edipiano com conflitos na fase
oral, anal ou fálica, que são do período pré-edipiano, trazendo para período
novo, alguém sem energia suficiente para enfrentar as novas circunstancias.
·
A ausência de um dos genitores (sem também,
haver um substituto à altura), devido a divorcio ou qualquer outro tipo de
separação.
·
Severa psicopatologia da parte de um dos
genitores, dos tipos por exemplo, ser um deles excessivamente sedutor, ou
cruel, ou ameaçador, ou daqueles que vivem a rejeitar, ou inconsistente, ou
inseguro, ou frio, ou instável, etc...
·
Severos defeitos no superego, como um pai
efeminado, poderão vir a ser determinantes de uma confusa identificação com tal
genitor, o que pode resultar numa formação superegóica instável, inconsistente
e não razoável.
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